segunda-feira, 23 de maio de 2011

Na democracia brasileira é proibido protestar





A repressão contra a passeata pela legalização da droga revela que vigora uma ditadura contra a população



Aconteceu no último sábado, dia 21 de maio, a “marcha da Maconha”. A manifestação que ocorre desde 1994 nas principais capitais do mundo e, no Brasil, desde 2002 é, antes de tudo, um movimento que pede a alteração de uma lei. Neste sentido, um movimento político, pois dirige-se ao Estado para que sua reivindicação seja atendida. No caso, se pede a mudança na lei de drogas, a legalização da cannabis e a regulamentação do comércio e do uso da substância.
Desde a primeira passeata, no Rio de Janeiro, este movimento vem sendo duramente reprimido. Os juízes de diversos locais ordenam a proibição da manifestação. Pessoas são presas pelo simples fato de distribuírem panfletos divulgando suas concepções sobre a droga, defendendo a legalização e pedindo a alteração de uma lei.
As cenas da repressão policial na última edição da “Marcha da maconha” em São Paulo no último sábado expôs a ditadura que existe contra a população. Os manifestantes foram covardemente agredidos pelos policiais militares e guardas metropolitanos. A polícia tentou impedir até mesmo que as pessoas que se concentravam no MASP saíssem em passeata.
A ação policial lembrou a repressão da ditadura militar. Não foi por acaso. Somente em um Estado onde todos os direitos políticos são suprimidos é que um cidadão está impedido de se manifestar contrário a uma lei ou defender uma determinada ideia.
A repressão contra os participantes da”Marcha da Maconha” mostrou mais uma vez que não existe tão falado “Estado de direito”. O que existe é o arbítrio dos juízes e a tentativa de esmagar a liberdade de expressão.
A burguesia e sua imprensa tentaram desmoralizar os participantes da marcha, na sua maioria jovens, classificando que o que eles estavam fazendo era “apologia ao crime”, entre outras coisas. A desculpa de que os manifestantes estavam tentando “corromper a juventude” também é mesma usada pelas ditaduras, onde em nome da “moralidade”, dos “bons modos” e de outras desculpas se reprime quem faz oposição ao regime político.
A repressão a “Marcha da Maconha” é um sinal que existe uma ofensiva da burguesia contra os direitos da população. Da mesma forma que estão proibindo a realização de protestos pela legalização da droga, podem tentar impedir no futuro outras manifestações que peça a alteração de outra lei, da Constituição etc.
É preciso denunciar a repressão policial e a ditadura que existe por trás do regime “democrático” brasileiro.

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