sexta-feira, 27 de maio de 2011

Abaixo a Operação Delegada

O mini-ditador Gilberto Kassab prepara uma mega-operação repressiva para tirar os camelôs da região do Brás, a principal concentração de comércio ambulante de São Paulo


O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, lançou uma nova ofensiva contra os camelôs. O alvo agora é a região do Brás, a maior concentração de camelôs da cidade. O mini-ditador anunciou no início desta semana que a chamada Operação Delegada irá remover os camelôs da “Feirinha da Madrugada”. Estima-se que trabalhem nesta feira, entre comerciantes ambulantes que vendem produtos na rua e os que têm seu ponto de venda em grandes galpões, mais de 10 mil camelôs.
A Operação Delegada está sendo colocada em prática a partir de um convênio entre a prefeitura de São Paulo e a Polícia Militar. O governo municipal contrata policiais militares para trabalharem em horários após o seu expediente; é a oficialização do chamado “bico” do policial militar.
A operação está em vigor desde 2009 e o investimento nela vem crescendo anos ano. No primeiro ano da foi investido pouco mais R$ 376 mil; em 2010, o investimento subiu para R$ 24 milhões e neste ano a previsão é que sejam aplicados mais R$ 100 milhões.
Esta operação tem sido usada para reprimir os camelôs. Em diversos pontos da cidade, os ambulantes são reprimidos e suas atividades comerciais encerradas, deixando milhares sem a possibilidade de trabalhar.
A Operação Delegada já fez apreensões e perseguiu camelôs em regiões de grande concentração de camelôs como a 25 de Março e o Largo 13.
A política da prefeitura é perseguir os camelôs para beneficiar os grandes comerciantes do local. Isto foi admitido pela própria prefeitura através do secretário de coordenação das subprefeituras, Ronaldo Camargo. “A diminuição nos índices de criminalidade nessas localidades vai beneficiar os comerciantes regularizados, que não precisarão mais competir com comércio ilegal na porta de sua loja.” (R7, 24/5/2011).
A perseguição aos camelôs faz parte da política de “limpeza social”. A prefeitura está retirando camelôs, perseguindo moradores de rua, realizando desapropriações etc. em várias partes da cidade. No Brás, por exemplo, além da retirada dos camelôs foi registrada pela própria imprensa capitalista a atuação de grupos de extermínio. Há duas semanas atrás, dois carroceiros foram mortos brutalmente. Um deles teve seu corpo carbonizado e foi encontrado morto dentro de sua própria carroça.
No Brás, a prefeitura quer retirar os camelôs e construir um Shopping Center. Como o ponto de venda deste estabelecimento será muito caro, todos os camelôs que atualmente trabalham na “Feirinha da Madrugada” estarão impedidos de vender seus produtos no Brás. O projeto faz parte das obras de revitalização para a Copa de 2014. O objetivo é retirar do centro de São Paulo a população pobre e entregá-la para grandes capitalistas do comércio. O mesmo está sendo feito no mercado imobiliário, onde prédios antigos na região da Luz estão sendo passado para as mãos de grandes imobiliárias e a população trabalhadora está sendo removida do local. Assim como no Brás, no bairro da Luz também há registro de extermínio de moradores de rua por grupos de extermínio.
Segundo depoimento dos próprios camelôs do Brás, há rumores que a operação para retirá-los ocorrerá na madrugada de domingo para segunda.
É preciso organizar a resistência e lutar contra esta política fascistóide de Gilberto Kassab. Somente a luta dos camelôs é que pode garantir o direito destes trabalhadores continuarem a exercer sua profissão.

COOline 27/05/2011 - www.pco.org.br

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