segunda-feira, 18 de abril de 2011

Comitê denuncia "Lei Seca" na Virada Cultural


Durante a Virada Cultural organizada pela prefeitura de São Paulo, o Comitê de Luta Operária, Estudantil e Popular da Grande São Paulo realizou um ato contra Kassab e suas medidas de ataque a população, denunciando especialmente a “Lei Seca” imposta por Kassab no evento.
A nova lei de Kassab proibiu a venda de qualquer tipo de bebida alcoólica depois da uma da manhã. Os estabelecimentos que venderam foram multados e alguns inclusive foram fechados pela PM.
Ainda durante o evento, o prefeito proibiu que ambulantes vendessem suas mercadorias. Para isso, Kassab disponibilizou mais de 25 caminhões só para levar as mercadorias.
A Virada Cultural de 2011 teve tantos policiais e guardas que foi batizada de “Virada Policial”, ou como alguns usuários da internet chamaram de “Paulada Cultural”.
A repressão contra trabalhadores e ambulantes foi tamanha que só no centro de São Paulo Kassab colocou, 2.800 policiais, 1.000  guardas civis metropolitanos, 320 agentes de apoio, 100 funcionários das subprefeituras , 1.200 fiscais e 120 viaturas, além de postos policiais fixos, móveis, motocicletas e bicicletas.
Tudo isso foi para garantir que pessoas não pudessem trabalhar no maior evento de São Paulo, que segundo dados da PM que esteve bastante presente na Virada, atraiu cerca de 4 milhões de pessoas.
O ato organizado pelo Comitê durante a Virada se concentrou na frente do Teatro Municipal, além desse ato ocorreram mais dois atos no centro contra a política de Kassab, sendo um deles contra a privatização do Teatro Municipal, algo que já está em processo e pretende tornar um dos teatros mais importantes de São Paulo em um salão de eventos privado.
O Comitê organizou uma panfletagem e com um megafone informou a população sobre a repressiva “Lei Seca”, lei que poucos sabiam que seria posta em prática.
O apoio popular foi tamanho que os participantes resolveram sair em passeata e por onde passavam a população aderia, pedia panfletos e gritava FORA KASSAB!
A passeata que terminou na frente da Prefeitura permaneceu ali por um tempo, pois a população que estava no evento mostrou o tempo todo seu apoio e o quanto Kassab é impopular.
Com o término da Virada os números da repressão policial de Kassab começaram a surgir. Apesar de muito disfarçar a imprensa divulgou com alegria a apreensão de mercadorias e fechamento de estabelecimento de trabalhadores.
De acordo com os dados 30 toneladas de mercadorias de ambulantes foram aprendidas e 29 ocorrências foram registradas pela Guarda Civil Metropolitana, sendo que muitas delas eram contra pessoas que tentaram comprar bebida depois da uma da manhã.
A imprensa também comemorou o grande número de denúncias, afirmando que isso demonstra o apoio da população, mas na realidade a prefeitura colocou só de fiscais para garantir multas e apreensões, mais de 1.000 pessoas.
Outros dados revelam que 2.500 produtos foram apreendidos, 18 estabelecimentos foram fechados. Resta perguntar quanto dinheiro a prefeitura não lucrou com multas no evento que supostamente foi feito para ser gratuito.
De acordo com a imprensa houve 5 prisões, sendo que um foi liberado apesar de ser declaradamente skinhead e estar no evento para agredir punks, além de estar portando facas e canivetes. Com isso fica evidente que o único intuito de todo esse aparato repressivo no centro era garantir que camelôs e estabelecimentos no centro não pudessem trabalhar.
Outras denúncias na internet, afirmam que os moradores de rua foram expulsos do centro para não “atrapalharem” o evento e artistas de rua afirmaram trabalhar com medo, já que Kassab também proibiu que os mesmos se apresentassem nas ruas.


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