quarta-feira, 1 de junho de 2011

O exército de Kassab para perseguir os camelôs


Para atender os interesses de grandes comerciantes está sendo investidos 100 milhões de reais na Operação Delegada. Ela conta atualmente com nove mil policiais militares. 

Em funcionamento desde dezembro de 2009, a Operação Delegada tem sido a maior ofensiva da prefeitura de São Paulo contra os camelôs da cidade. Colocada em prática por meio de um convênio entre a prefeitura e a Polícia Militar, os policiais da corporação são contratados nos horários de folga para perseguir os vendedores ambulantes em várias regiões da cidade. 

Em um ano e meio, a operação foi responsável por praticamente acabar com o comércio ambulante nas regiões da rua 25 de Março, Largo 13 de Maio, Santo Amaro, Largo da Concórdia, Rua José Paulino, Rua Florêncio de Abreu, Mooca, Itaquera e diversos outro locais. 
Embora não exista uma estatística oficial, a ação repressiva da polícia acabou com o trabalho de dezenas de milhares de pessoas em São Paulo. 
Estima-se que apenas nesse ano, a prefeitura gaste aproximadamente R$ 100 milhões com a Operação Delegada. Ou seja, enquanto a cidade vive um caos nos seus serviços públicos (como pode ser visto no caso das enchentes do início do ano) a única área que realmente recebe um investimento é a polícia. 

A Operação Delegada conta atualmente com nove mil policiais militares. O que equivale a pouco menos de 25% de todo o efetivo da Polícia Militar para a cidade de São Paulo.
No início deste mês Kassab enviou dois projetos de reajuste para a Câmara Municipal: um para os servidores públicos e outro para a quantia paga aos policias militares contratados pela prefeitura. Para os servidores públicos a proposta de reajuste é de míseros 0,1%, no entanto para os policiais o aumento chega a aproximadamente 60%. Pela proposta de Kassab, a gratificação paga por hora a soldados e cabos passaria de R$ 12,33% para R$ 19,70; para coronéis, subcomandantes e comandantes o valor passaria de R$ 16,45 para R$ 26,30.       
É preciso lutar pelo direito dos camelôs de trabalharem e denunciar a política de repressão da prefeitura: que nega a oportunidade de empregos e impede os trabalhadores de exercerem sua profissão. 

COOline 01/06/2011 - www.pco.org.br

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